Este texto foi profetizado por uma Pajé, anciã indígena norte-americana das tribos Cree chamada de Olhos de Fogo, há mais de 200 anos. Esta profecia fala sobre o despertar de uma geração chamada de Guerreiros do Arco-Íris, cuja missão passa por curar e trazer a paz à Humanidade.
Temos visto como o fio dourado das profecias assinala o dia em que o povo índio despertará, assim como a formação de um Novo Mundo de justiça, paz, liberdade e Deus. Temos visto como tem sido profetizada a chegada dos guerreiros do arco-íris – os novos mestres – para expandir esta grande Mensagem por toda a Terra (…) O mundo está doente atualmente porque se tem afastado do Grande Espírito. Quando os homens regressarem, uma vez mais, ao Ser antigo, com um amor e um entendimento universal, a terra será bela de novo e os índios poderão ajudar a humanidade a regressar ao sábio superior, obedecendo aos seguintes princípios:
Tal como os grandes índios de ontem, ensinarão a unidade, o amor e o entendimento entre as pessoas. Não escutarão mais gente pequena e mesquinha, que diz ter a única verdade, senão que compreenderão que aquele que escuta a Todos é demasiado grande para as coisas pequenas, demasiado cheio de justiça para aceitar só aqueles que se têm escolhido a si próprios, demasiado livre para ser aprisionado numa só mente. Ainda assim, escutarão apenas àqueles que praticam a harmonia entre todos os homens, da mesma forma como o vento sopra por todos os cantos do mundo sem favoritismo.
Como os grandes indígenas de outros tempos, orarão ao espírito com um amor que flui em cada palavra, tal como a brisa canta a sua canção àquele que está em silêncio entre as agulhas da ramagem dos pinheiros. Na solidão e na companhia dos seus corações transbordando de alegria, livres das lutas e das pequenas preocupações que temos enquanto humanos, livres para amar toda a humanidade como se fossem irmãos. Tal como o Grande Espírito ama a brisa e a felicidade, eles cantarão a gloriosa união dos homens que estão por vir.
Como os gloriosos índios do passado, transformarão todos os homens que conheçam com a sua alegria, com o seu sorriso, o seu amor e a sua compreensão. Como a corrente de um rio que leva as rochas mais pesadas, arrastarão os corações mais duros com o seu amor, até que todo o mundo comece a florescer com o novo crescimento dos seres humanos.
Como os índios radiantes de outrora, que fortaleciam os seus músculos com o exercício pesado e nutriam a sua alma com o jejum e a oração, deverão converter-se em heróis da Nova Era, conquistando todas as dificuldades com a força do seu corpo, o fogo do seu amor e a pureza do seu coração. Nutrindo a sua boca apenas com alimentos e líquidos puros, e buscando a beleza do senhor da Vida em cada pensamento, evitando as bebidas tóxicas e os hábitos mundanos que destroem e debilitam os homens. Deverão ir ao alto das montanhas para jejuar e orar, assim como procurar a solidão dos bosques e os desertos para encontrar a força.
Como os índios de antigamente, que deixavam correr as crianças pelas pradarias, os bosques e as montanhas, com o propósito de ajudá-las a crescer como homens e mulheres dignos do seu Criador, da mesma forma hoje, os Guerreiros do Arco-Íris deverão trabalhar para proporcionar a todas as crianças a benção mágica do silvestre, o desfrutar dos pés descalços na relva verde das colinas, e o toque frio do vento no cabelo. A civilização espiritual que se aproximará criará a beleza em cada respiração, limpando as águas dos rios, construindo bosques e parques onde agora há deserto e lixo, e trazendo novamente as flores às colinas. Será uma luta gloriosa transformar o mundo em algo belo!
Como os índios dos velhos tempos que amaram, entenderam e conheceram os poderes dos animais e plantas, usando apenas o necessário para comer ou vestir-se, assim os índios do passado iluminarão o entendimento dos destruidores ignorantes. Suavizarão o coração dos possíveis assassinos de forma a que os animais repovoem a terra e as árvores voltem a crescer para proteger o solo precioso. Esse será o dia em que as pessoas poderão caminhar pela natureza cheia de vida, e as crianças poderão ver ao seu redor os animais e a vida silvestre de ontem. A conservação de tudo o que é belo e bom é um grito partilhado pelo coração da Nova Era.
Como os antigos indígenas bondosos que davam trabalho a quem necessitava e cuidavam dos pobres, dos doentes e dos debilitados, assim os Guerreiros do Arco-Íris trabalharão para construir um novo mundo no qual todos os que possam trabalhar o farão, com amor e gratidão ao Grande Espírito. Ninguém morrerá de fome, ninguém será prejudicado pela frieza e crueldade dos homens. A nenhuma criança faltará amor e proteção, e nenhum ancião carecerá de ajuda e de boa companhia nos seus últimos anos.
Como na alegria dos indígenas de antigamente, os novos índios deverão fazer regressar sua própria gente e a de outras raças à boa camaradagem, à bondade, à cortesia que fizeram com que a vida das antigas aldeias fosse tão feliz. A forma como dançavam juntos, comiam em harmonia, oravam unidos e cantavam com alegria voltará e melhorará o novo mundo.
Da mesma forma que os chefes sábios eram escolhidos, não pelos partidos políticos que fazem ou prometem, nem pelo que dizem de outros, mas sim pela forma de demonstrar sempre o seu amor e a sua sabedoria através dos conselhos, assim como na coragem para tomar decisões e trabalhar pelo bem comum. Os Guerreiros do Arco-Íris deverão ensinar aos homens do futuro que os seus governantes deverão ser eleitos pelas suas qualidades, para que depois possam reunir-se e trabalhar juntos em liberdade de pensamento e de consciência, num conselho, procurando a verdade e a harmonia com os seus corações cheios de sabedoria, dando sempre prioridade aos seus irmãos.
Entre os índios do passado, as crianças e os jovens eram respeitados pelos anciãos, que lhes ensinavam o amor e a unidade, a força de caráter, o amor do Grande Chefe do Céu, assim como a importância das boas ações desde a primeira infância. Hoje em dia, os jovens que deveriam ser a esperança da humanidade, têm-se afastado desta fortaleza de alma na sua perseguição do prazer e do “êxito”.
Os Guerreiros do Arco-Íris trarão de novo este espírito antes que seja demasiado tarde e a juventude poderá, uma vez mais, fazer grandes atos sem egoísmo e cheios de heroísmo. A glória e a força das suas vidas iluminarão o mundo.
Os chefes devotos e conscientes de antigamente, entendiam as pessoas com amor, os pais educavam os seus filhos com amor. Todos os índios de hoje deverão associar-se com outras religiões e pessoas com a premissa do amor. Um minuto deste amor e entendimento traz bem-estar ao Grande Espírito e gera realizações milagrosas.
É, pois, o amor e a compreensão o que os Guerreiros do Arco-Íris misturarão na sua medicina para curar o mundo das suas doenças, transmitindo-os com a pureza do seu coração e a humanidade dos seus pensamentos.
Aqueles que não compreendem, pensam que quando chegar o seu messias, ele fará o trabalho por eles. Mas, sempre que um grande “profeta” vem ao mundo para mudar o coração dos homens, chama os heróis e os que trabalham com felicidade e dedicação. São muito grandes as tarefas que aguardam no futuro, são aterradoras as montanhas de ódio, ignorância e preconceitos, mas os Guerreiros do Arco-Íris erguer-se-ão, como nas asas da águia, para remontar todas essas dificuldades. Ficarão felizes ao encontrar e saber que há milhões de pessoas em toda a Terra, prontas e desejosas de levantar-se e unir-se na conquista de todas as barreiras que impedem o caminho ao novo mundo. Mas, temos falado em demasia. Agora, devem falar os fatos.
Fonte: texto escrito por Olhos de Fogo e compilado por William Willoya e Vinson Brown (1996), na obra Guerreiros do Arco-Íris.
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